Magnetic Fields Reimagined

Idealizado como uma reinterpretação do primeiro trabalho literário surrealista, o projeto converge os conceitos de surrealismo e inteligência artificial. Para o realizar, utiliza como objeto de estudo e exploração de conteúdos a obra “The Magnetic Fields” (1920), de André Breton e Philippe Soupault, desconstruindo-o e reorganizando-o através de mecanismos de machine learning. Nomeadamente,uma Recurrent Neutral Network, ou RNN, - que gerou o texto apresentado no livro usando como input o texto de Breton - e o mecanismo VQGAN+CLIP - que gerou as contribuições visuais da obra, culminando num livro composto maioritariamente de texto e imagens geradas.

Magnetic Fields Reimagined explora duas ideias cruciais e inversas. Inicialmente, explora a relação entre Homem e máquina através dos processos automáticos intrínsecos ao movimento surrealista, neste caso, a escrita automática. E, pelo contrário, a aproximação da máquina ao Homem é traduzida por um texto gerado com base no processamento de datasets e inputs, com o objetivo de se aproximar - ou afastar - da escrita surrealista.

Este projeto e a obra original de Breton assemelham-se na forma como apresentam o produto final, tornando-se, gradualmente, numa mancha. Diferem-se no sentido em que na obra original, Breton acessa o subconsciente por intermédio de um método de escrita automática, o que resulta em várias frases soltas que são incoerentes quando lidas em conjunto. Para contrastar, o projeto faz uso dos processos de escrita automáticos já existentes na máquina para obter resultados praticamente idênticos.

O projeto culmina, assim, numa re-escrita da obra surrealista que resulta numa história contada por processos automáticos contemporâneos.

Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto KYRT sob o tema “Missing Stories”, marcando o término da Licenciatura em Design — Comunicação.